Uma pergunta bastante frequente no consultório do cirurgião plástico é…
Posso fazer a cirurgia das mamas juntamente com a do abdome?” ou “Posso fazer a lipoaspiração e a rinoplastia juntas?
As cirurgias combinadas muitas vezes são desejadas pelos pacientes por diversos motivos, entre eles para economizar tempo cirúrgico, e, assim, abreviar tempo de recuperação pós-operatória e conter possíveis gastos com anestesia e internação hospitalar.
Entretanto, a combinação de cirurgias deve ser analisada seriamente e sempre se devem ponderar os riscos envolvidos e priorizar a segurança do paciente.
Há um risco aumentado de complicações toda vez em que são associadas duas ou mais cirurgias, já que passam a se somar os riscos de cada um dos procedimentos. Além disso, deve-se ter em mente que cirurgias muito longas aumentam o risco de sangramentos excessivos, com maior espoliação do paciente por perdas, como a hipotermia e alterações metabólicas. Também há um maior tempo de exposição a micro-organismos, aumentando os riscos de infecção.
A chance de eventos trombo-embólicos (como trombose venosa profunda dos membros inferiores e embolia pulmonar) cresce devido ao maior tempo de imobilização e lesão vascular, além do maior tempo anestésico gerando maiores riscos de complicações anestésicas.
No entanto, muitas vezes é sim possível a realização de cirurgias combinadas. Porém, cada caso deve ser analisado e discutido de forma individualizada. Evita-se a associação de duas cirurgias muito longas ou que envolvem grande perda sanguínea, por exemplo.
Mas em casos selecionados, com pacientes bem preparados, com indicação precisa e em mãos de cirurgiões experientes, algumas cirurgias menores e menos arriscadas podem ser associadas num só procedimento sem grandes implicações.